Vinte e cinco anos depois da chegada ao mercado de sua primeira versão, que aconteceu em 20 de novembro de 1985, o Windows está presente em mais de 90% dos computadores pessoais do mundo. Nesse período, o programa deixou de ser uma extensão do DOS - como foi até o surgimento do Windows 95 - para se transformar em um sistema operacional completo. O ambiente gráfico, é claro, não foi invenção da empresa de Bill Gates. Nem mesmo da Apple de Steve Jobs, que, com o Lisa, já utilizava o conceito de ícones para representar arquivos e programas. No DNA de ambos os sistemas está o NLS, programa desenvolvido em meados dos anos 60 pelo pioneiro da computação Douglas Engelbart. Com o mouse e a a semente do ambiente gráfico nas mãos, os pesquisadores do Xerox PARC - sigla para Palo Alto Research Center, nome do laboratório da empresa no coração do Vale do Silício, na Califórnia - criaram em 1973 um modelo que até hoje não foi substituído: a chamada "metáfora do desktop". Ou seja: a tela do computador deveria imitar uma escrivaninha de trabalho, com reproduções digitais de equipamentos que já faziam parte do dia a dia do funcionário comum americano. É ficção demais. A verdade é que tanto a Apple quanto a Microsoft recrutaram pesquisadores do PARC, que levaram com eles a cultura computacional que era discutida no laboratório da Xerox. A Apple, por exemplo, recrutou Alan Kay, gênio da usabilidade que advogava, já naquela época, que um computador deveria ser mais fácil de operar que uma televisão ou um forno de micro-ondas. O programador Lee Jay Lorenzen criou, para a Microsoft, um dos primeiros ambientes gráficos para DOS, o GSX, anos antes da companhia de Redmond lançar o primeiro Windows. O mercado de PCs tradicionais, no entanto, já não cresce tanto quanto o de equipamentos mais simples e portáteis, como tablets e smartphones. Aparelhos com o iPhone, da Apple, e a família Android, do Google, fizeram a venda dos chamados celulares inteligentes dobrar entre 2009 e 2010, atingindo 80 milhões de unidades só no 3º trimestre deste ano. O mercado de tablets, praticamente reinventado pela Apple com o anúncio do iPad em janeiro, deverá ser de 55 milhões de unidades no próximo ano. A participação da Microsoft nestes dois setores? 3% e 0%, respectivamente. Para se recuperar, a ex-maior empresa de tecnologia do mundo - superada em valor de mercado pela Apple em 2010 - decidiu começar do zero: tudo o que havia sido feito em sistemas operacionais para celulares foi para o lixo. Mas diferentemente da chegada do Windows 1.0, há 25 anos, a jogada da Microsoft não é lida como ousada, mas sim como necessária. Em uma época na qual os PCs para uso profissional tinham, em média, cerca de 0,1% da potência de uma máquina doméstica vendida por cerca de R$ 1 mil hoje em dia, decidir desperdiçar poder de processamento com firulas como gráficos e ícones parecia uma aposta insensata.
Interessante o artigo, o mundo da tecnologia muda muito rápido e as grandes empresas devem se atualizar para não perderem mercado.
ResponderExcluirUm dos recursos atuais que não tem mostrado muito impacto na computação são as telas de computador sensíveis ao toque.
Já estão aí há um tempo porém acho que ainda não vingaram...
[Júnio Albino]