O calor é um dos maiores obstáculos à vida. Em terra firme, muito calor significa que a água evapora ou cozinha, e, sem ela, nada sobrevive. Mas a falta de água não é um problema no fundo do mar. Lá, as temperaturas podem atingir 400 °C em fumarolas, lugares onde aberturas ligam o solo marítimo com o calor vindo de dentro da Terra. A temperatura limite que os organismos podem sobreviver é determinada pelo momento em que suas moléculas complexas, como o DNA e proteínas, começam a ser destruídas. O excesso de energia quebra suas ligações químicas. A Strain 121 tem uma química celular semelhante a dos humanos. A diferença é que suas proteínas e DNA estão "embalados" de maneira mais complexa, assim podem aguentar mais energia do calor antes de se desfazerem. No entanto, sob temperaturas maiores que 100 ºC, produtos de atividades metabólicas essenciais, como o ATP, se decompõem. Então a maior temperatura que permite a vida é determinada pelo tempo em que as células conseguem repor esses químicos importantes. A maior temperatura registrada que ainda permitia algum tipo de vida é de 121 ºC. O recorde é de um micróbio chamado Strain 121 (Cepa 121), que normalmente vive em temperaturas perto dos 100 º C em fumarolas. Ele parece não se alterar quando é aquecido até chegar aos 121º C, em experimentos de laboratório. Até 130º C a bactéria estava viva, mas não podia mais se replicar até que a temperatura diminuísse. Na terra, o animal que aguenta mais calor é a formiga prata do Saara (Cataglyphis bombycina). Ela pode aguentar até 53ºC por alguns minutos enquanto busca por outras criaturas que morreram no calor. Antes de deixar o ninho elas estocam proteínas de choque térmico que ajudam outras proteínas a manterem suas formas. Enquanto estão fora, elas tentar escalar objetos altos para se refrescarem com a brisa.
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